No Pará da COP30, fogo consome a floresta, mas falta ao Estado política de prevenção ambiental

Na comparação com Estado de Goiás, que criou mecanismos, o Pará perde, embora seja foco dos olhos do mundo por causa da COP30, que acontece em novembro de 2025, em Belém.

16/09/2024 15:40

Duas operações do Estado não renderam o resultado esperado; nesta semana, fazenda foi invadida em Marabá e também ardem em chamas/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


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bservadores dos incêndios que consomem a floresta no Pará em meio a esta estiagem braba avaliam que o governo do Estado negligenciou ao não criar uma política de segurança pública voltada para a prevenção, diferentemente do Estado de Goiás, que instituiu mecanismos e instrumentos contra essa prática, criminosa ou não, e briga na Justiça para mantê-los.

 
Em 2023, o governo do Pará declarou - depois prorrogou - estado de emergência em 15 municípios paraenses, então responsáveis por 76% do total do Pará de desmatamento de 2019 a 2022.  Além disso, alardeou duas grandes operações - a “Amazônia Viva” e a “Curupira”; e criou três bases operacionais de apoio para operações de fiscalização ambiental, em São Félix do Xingu, Uruará e em Pacajá. Nenhuma dessas iniciativas governamentais foi capaz de prevenir a situação de queimadas.


Pelo visto, com todo o respeito, o governo de Ronaldo Caiado deu um banho nas ações de segurança pública voltadas para a questão das mudanças climáticas, e a COP30 nem vai passar lá perto: será em Belém, daqui a um ano e isso pesa na balança internacional. 

 

E veja que o Estado tem o Centro Integrado de Monitoramento Ambiental, o Cimam - só que inaugurado no governo anterior; e isso também pesa -, órgão com ferramentas capazes de monitorar os incêndios florestais e permitir a imediata intervenção do Estado em locais identificados com focos de incêndio


Sabendo usar...

 

Como dizia a peça publicitária criada pelo gênio criador da Mendes Publicidade, Oswaldo Mendes, para a extinta concessionária de energia elétrica do Pará Celpa, “sabendo  usar - porque funciona; o grifo é nosso -, não vai faltar”.

 

Como não bastasse...

 

Informações provenientes do sudeste de Estado dão conta de que a reserva da Fazenda Mutamba, em Marabá, está sendo destruída diariamente e ninguém toma providências. Segundo as informações, “pistoleiros dão cobertura para a extração de castanheiras e, na falta do que fazer, tocam fogo no que resta”.

 
Trata-se de uma área produtiva, com reserva florestal legalizada, mas está tomada por invasores, que matam o gado, explodem pontes e criam um inferno na terra, incluindo ameaçando funcionários do empreendimento.

 

Papo Reto

 

· Semana passada, o prefeito Edmilson Rodrigues (foto) escapou de tomar uma chuva de ovos em Icoaraci.

 

· Avisado a tempo do clima hostil no interior do mercado municipal - que recebeu aporte financeiro do Estado, mas nunca teve sua reforma concluída - o prefeito "passou direto", fazendo de contas que nada tinha a ver com a inacabada obra do mercado.

 

· Falando nisso, o Observatório Nacional vai transmitir o eclipse parcial da lua, amanhã, 17, às 21 horas, 41 minutos e 7 segundos, horário de Brasília. Apenas parte da lua passará pela sombra escura da Terra. 

 

· De um atento observador da cena política em Belém: “Edmilson é vítima da própria incompetência, ao entregar o comando do seu governo ao chefe de Gabinete, Aldenor Júnior e à própria irmã, Edilene Rodrigues”.

 

· O governo de São Paulo fez a maior ação aérea da história contra os incêndios, com todas as 20 aeronaves da Defesa Civil envolvidas no combate às queimadas, naturais ou criminosas.

 

· A Amazônia lamentavelmente arde sob as chamas e nenhum governador da região esboçou operação semelhante. Até agora.

 

· Secretário de Administração, de Finanças e de Meio Ambiente de Uruará, Bruno Valle foi exonerado.

 

· Foi flagrado na operação “Carranca”, da Polícia Federal, que investiga a exploração ilegal de madeira na região do Xingu.

 

· Detalhe: na chegada da PF, Bruno Valle sapecou seu celular na privada e deu descarga, mas o jato não foi suficiente para empurrar o aparelho, acabando por incriminá-lo, além das suspeitas.


· O que todos sabem e comentam no município é que, apesar de tudo, Bruno segue participando informalmente da gestão do prefeito Gilsinho, do MDB, inclusive coordenando reuniões pedagógicas e participando de eventos cívicos em palanques. Ou seja, mesmo com a prisão decretada, nunca deixou de fazer parte do governo. 

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