Arma

Valdemar da Costa Neto é preso em flagrante por porte ilegal de arma

Lider do PL diz que arma era do pai

08/02/2024 11:36
Valdemar da Costa Neto é preso em flagrante por porte ilegal de arma

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, é preso em flagrante com arma de fogo não registrada durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão durante a operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8).

 

Até então, Valdemar da Costa Neto era alvo de busca e apreensão da PF e teve o passaporte apreendido e outras medidas cautelares aplicadas durante a operação. A sede do Partido Liberal também foi alvo de buscas.

 

O presidente do Partido Liberal está prestando esclarecimentos na sede Polícia Federal, em Brasília, declarou que a arma em situação irregular é de seu pai e alegou “lembrança afetiva”. 

Além de Valdemar, a PF cumpriu três mandados de prisão. Os alvos são: Felipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência; Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens; e Rafael Martins de Oliveira, major do Exército

 

O advogado e ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, declarou que o ex-presidente entregará o passaporte às autoridades competentes. 

 

“Em cumprimento às decisões de hoje, o presidente Bolsonaro entregará o passaporte às autoridades competentes. Já determinou que seu auxiliar direto, que foi alvo da mesma decisão, que se encontrava em Mambucaba, retorne para sua casa em Brasília, atendendo a ordem de não manter contato com os demais investigados”, escreveu o advogado do ex-presidente. 

 

Além de Bolsonaro e do presidente do PL, alguns dos alvos da operação são: o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, os generais Augusto Heleno e Braga Netto, ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-assessor Tercio Arnaud. 

 

Ao todo, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas. 

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

 

O que aponta a investigação

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

 

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

 

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

 

“O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal”, informou a PF. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.


Fonte: BAND

Foto: Marcello Casal Jr.

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