O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta
segunda-feira, 18, que o Brasil tem hoje "felizmente a liderança de um
presidente da República que se preocupa" com a pauta ambiental. Desde o
início do mandato, Pacheco tem se aproximado do presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva. A indicação do ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira, por exemplo, é atribuída a ele.
Pacheco viajou com Lula à China, por exemplo. Também tem feito elogios públicos
ao presidente, especialmente em relação à agenda econômica e à política
ambiental.
No evento desta segunda, um seminário organizado pela Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)
em Nova York, o presidente do Senado disse que o Brasil tem "oportunidade
ímpar" e "capacidade de contribuir com o esforço em favor do
planeta".
"Desenvolvimento sustentável é prioridade global e tarefa de uma geração,
é o desafio do nosso tempo. O contexto atual se apresenta de uma forma muito
particular ao Brasil e não resta dúvida de que há um compromisso sério, real e
efetivo dos agentes públicos e políticos com o desenvolvimento sustentável do
nosso país", afirmou Pacheco.
Ele defendeu que a proteção dos biomas e o combate às queimadas ilegais sejam
prioritários para garantir a preservação das florestas brasileiras, que ele
caracterizou como "recurso fundamental para a mitigação dos efeitos das
mudanças climáticas".
"Precisamos, em primeiro lugar, proteger os nossos biomas. Nossa cobertura
florestal recobre uma área maior que a soma de todos os países da União
Europeia. O potencial de absorção de carbono, capacidade reguladora da
temperatura e seu papel na regulação dos ciclos hidrológicos fazem de nossas
florestas um recurso fundamental, absolutamente indispensável, na mitigação dos
efeitos das mudanças climáticas. Combater o desmatamento ilegal dos nossos
biomas afigura-se como incumbência primordial", disse
O presidente do Senado citou uma série de propostas em tramitação no Congresso
relativas à pauta ambiental, como a regulamentação do hidrogênio verde, o
mercado de crédito de carbono e a antecipação das metas do Acordo de Paris.
"Na minha gestão, aprovamos um projeto significativo, o projeto que
antecipa em cinco anos o compromisso nacional voluntário de redução de emissão
de gases de efeito estufa firmado no Acordo de Paris. As novas metas, de
redução de 43% das emissões até 2025 e 50% até 2030, estão agora em tramitação
na Câmara", citou Pacheco.
O presidente do Senado ressaltou que tanto Câmara quanto Senado trabalham em um
texto para regulamentar o mercado de crédito de carbono.
Segundo ele, "o Congresso tem tratado com o Executivo para consolidar um
texto capaz de criar incentivos a um modelo produtivo mais sustentável e que vá
contribuir para a redução de gases de efeito estufa". A senadora Leila
Barros (PDT-DF) é a relatora no Senado.
Pacheco também destacou a regulamentação dos bioinsumos e o acordo firmado
entre a bancada ruralista e o governo Lula para a aprovação da proposta.
"Regulamentar o setor é importante para que façamos a transição dos
insumos de origem fóssil para os biológicos. Também é essencial para que
desenvolvamos nossa própria indústria, reduzindo a dependência externa",
afirmou.
O presidente do Senado, assim como outras autoridades, entre elas o presidente
da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acompanha o presidente Lula na comitiva que
viajou aos Estados Unidos para a Assembleia Geral da ONU.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Lula Marques/Agência Brasil