Belém, PA - Ao menos em Itaituba, o senador Zequinha Marinho, acostumado a comercializar o partido sob sua tutela - o Podemos - como quem negocia banana na feira, não conseguiu dar a rasteira que pretendia no empresário Ivan D’almeida, de quem o senador tirou, na marra, o partido no último final de semana, deixando o empresário “sem pai, nem mãe”, como diziam os mais antigos.
Acontece que uma decisão do juiz eleitoral Juiz Marcus Alan de Melo Gomes, proferida na noite desta quinta-feira, 31, devolveu o Podemos a Ivan D’almeida, que segue candidato, e barrando a farra que se tornou a negociação política a partir da concessão ou supressão de siglas, em Itaituba. Essa dinâmica tem sido recorrente também em outras cidades do Pará, entre elas, Tucuruí, Bragança, Ananindeua e até mesmo Belém, onde, por pouco, o delegado Eguchi não levou uma “rasteira".
Plano premeditado
A verdade é que o senador Zequinha Marinho sempre foi aliado do deputado estadual Wescley Tomaz que, bem ao estilo dos medrosos, mostra, com esse tipo de atitude, que prefere anular do que enfrentar Ivan D’almeida nas urnas. A estratégia foi dar o Podemos para o empresário e retirar o partido dele aos 45 do segundo tempo, como se diz, justamente para que não houvesse tempo hábil de procurar uma nova sigla e, com isso, tirá-lo da disputa de maneira sorrateira. A dupla só não contava com a intervenção da Justiça no assunto.
Disputa pela esquerda
A convenção de Wescley Tomaz - que se pinta de Bolsonarista, mas vai disputar a prefeitura de Itaituba pelo Avante, um partido de esquerda - está marcada para hoje, dia 1/8, e segue com o slogan do Podemos entre os partidos que compõem a chapa no convite. Resta saber se a medida implica em crime eleitoral, já que a decisão do juiz Marcus Alan de Melo Gomes também devolveu a presidência municipal do Podemos a Ivan D’almeida.
Decisão
“A princípio, a análise dos autos demonstra, em juízo prelibatório, que a destituição do impetrante do cargo de presidente da comissão provisória ocorreu sem a observância dos princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório e ampla defesa, conforme previsto no art. 5º, LIV e LV, da Constituição Federal, e art. 37 do Estatuto do Podemos, uma vez que a autoridade coautora afirma que o impetrante teria sido comunicado previamente sobre a mudança de posicionamento político-estratégico da estadual, porém não carreia aos autos qualquer documento que comprove tal informação. De igual modo, não apresenta prova da instauração de qualquer processo administrativo, bem como da necessária deliberação da comissão executiva imediatamente superior, conforme preconiza o § 2º do art. 37 da Estatuto do Podemos” , afirma a decisão.
Com a decisão, Ivan D’Almeida segue sua pré-campanha pelo executivo municipal de Itaituba. O empresário é o único nome da direita na disputa, já que Wescley, além de disputar a eleição por um partido de esquerda, é também aliado do governador Helder Barbalho (MDB), conforme mostra o histórico de votações favoráveis de Wescley Tomaz ao governador na Assembleia Legislativa do Estado (Alepa).
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