São Paulo, 31 - A defesa do ex-presidente
dos Estados Unidos Donald Trump já está pronta para recorrer da decisão do júri
do Tribunal de Nova York, que considerou o republicano culpado nas 34 acusações
no caso em que ele é réu na quinta-feira, 30. Ele foi acusado de ocultar
pagamentos secretos à atriz pornô Stormy Daniels, com o intuito de influir no
resultado das eleições de 2016.
O advogado de Trump, Todd Blanche, afirmou que o ex-presidente não teve um
julgamento justo em entrevista a emissora americana Fox News.
Ele argumenta que o juiz Juan Merchan não deveria ter presidido o caso,
sugerindo que ele tinha mostrado sinais de parcialidade
Blanche apontou que ele havia entrado com duas moções separadas pedindo ao juiz
Merchan que se retirasse do julgamento.
Chamando a situação de "não justa", ele exaltou Trump como "um
marido, um pai, um avô e um amigo para muitas pessoas". "Quando você
vê isso acontecer com ele, e eu estava bem ao lado dele hoje, é de partir o
coração."
Após a decisão do júri, Trump também atacou o juiz do caso, questionando sua
idoneidade. "Esse julgamento é uma desgraça, o juiz era parcial e nunca
deveria ter presidido este caso", disse, sem oferecer provas. "O
julgamento foi uma desgraça e estava manipulado. Sou um prisioneiro
político."
Os advogados do ex-presidente tem 30 dias para registrar o recurso de apelação
e até seis meses para registrar a apelação completa.
Apenas o veredicto foi divulgado na quinta-feira. A pena será anunciada em 11
de julho pelo juiz do caso, Juan Merchan, e Trump ficará em liberdade até lá. A
pena pode variar de 1 ano e quatro meses a 4 anos de prisão.
Trump não será preso, diz ex-promotor de NY
O ex-promotor distrital de Manhattan, Cy Vance, deu os parabéns na quinta-feira
ao seu sucessor, Alvin Bragg, por "conduzir um julgamento quase perfeito
em uma situação muito difícil". "Acho que é um caso importante que
realmente ajuda a definir o que o Estado de direito deveria significar",
disse ele à Associated Press.
O gabinete do promotor investigou Trump enquanto Vance ocupava o cargo
principal, mas não apresentou nenhuma acusação antes de o democrata se aposentar
no final de 2021 e Bragg assumir o cargo
Vance disse não achar provável que Trump seja condenado à prisão no caso de
Manhattan, porque "os crimes não exigem isso".
Além disso, o ex-promotor afirmou que, se Trump fosse preso por conta deste
caso, seria mais "problemático" do que vale a pena, dado que o
ex-presidente deve ser o candidato republicano à Casa Branca.
"Acho que a ideia de tê-lo sob custódia é realmente difícil de imaginar,
dado o seu papel no teatro político do país durante os próximos seis
meses", disse Vance.
Outros casos
O caso do dinheiro secreto, embora criticado por alguns especialistas jurídicos
que o consideraram o mais fraco dos quatro processos contra Trump, assumiu uma
maior importância não só porque foi primeiro a ir a julgamento, mas também
porque pode ser o único dos casos de Trump a chegar a um júri antes da eleição.
Os outros três - casos locais e federais em Atlanta e Washington de que ele
conspirou para prejudicar as eleições presidenciais de 2020, bem como uma
acusação federal na Flórida relacionada ao acúmulo ilegal de registros da Casa
Branca - estão envolvidos em disputas judiciais e apelações./AP
São Paulo, 31 - A defesa do ex-presidente
dos Estados Unidos Donald Trump já está pronta para recorrer da decisão do júri
do Tribunal de Nova York, que considerou o republicano culpado nas 34 acusações
no caso em que ele é réu na quinta-feira, 30. Ele foi acusado de ocultar
pagamentos secretos à atriz pornô Stormy Daniels, com o intuito de influir no
resultado das eleições de 2016.
O advogado de Trump, Todd Blanche, afirmou que o ex-presidente não teve um
julgamento justo em entrevista a emissora americana Fox News.
Ele argumenta que o juiz Juan Merchan não deveria ter presidido o caso,
sugerindo que ele tinha mostrado sinais de parcialidade
Blanche apontou que ele havia entrado com duas moções separadas pedindo ao juiz
Merchan que se retirasse do julgamento.
Chamando a situação de "não justa", ele exaltou Trump como "um
marido, um pai, um avô e um amigo para muitas pessoas". "Quando você
vê isso acontecer com ele, e eu estava bem ao lado dele hoje, é de partir o
coração."
Após a decisão do júri, Trump também atacou o juiz do caso, questionando sua
idoneidade. "Esse julgamento é uma desgraça, o juiz era parcial e nunca
deveria ter presidido este caso", disse, sem oferecer provas. "O
julgamento foi uma desgraça e estava manipulado. Sou um prisioneiro
político."
Os advogados do ex-presidente tem 30 dias para registrar o recurso de apelação
e até seis meses para registrar a apelação completa.
Apenas o veredicto foi divulgado na quinta-feira. A pena será anunciada em 11
de julho pelo juiz do caso, Juan Merchan, e Trump ficará em liberdade até lá. A
pena pode variar de 1 ano e quatro meses a 4 anos de prisão.
Trump não será preso, diz ex-promotor de NY
O ex-promotor distrital de Manhattan, Cy Vance, deu os parabéns na quinta-feira
ao seu sucessor, Alvin Bragg, por "conduzir um julgamento quase perfeito
em uma situação muito difícil". "Acho que é um caso importante que
realmente ajuda a definir o que o Estado de direito deveria significar",
disse ele à Associated Press.
O gabinete do promotor investigou Trump enquanto Vance ocupava o cargo
principal, mas não apresentou nenhuma acusação antes de o democrata se aposentar
no final de 2021 e Bragg assumir o cargo
Vance disse não achar provável que Trump seja condenado à prisão no caso de
Manhattan, porque "os crimes não exigem isso".
Além disso, o ex-promotor afirmou que, se Trump fosse preso por conta deste
caso, seria mais "problemático" do que vale a pena, dado que o
ex-presidente deve ser o candidato republicano à Casa Branca.
"Acho que a ideia de tê-lo sob custódia é realmente difícil de imaginar,
dado o seu papel no teatro político do país durante os próximos seis
meses", disse Vance.
Outros casos
O caso do dinheiro secreto, embora criticado por alguns especialistas jurídicos
que o consideraram o mais fraco dos quatro processos contra Trump, assumiu uma
maior importância não só porque foi primeiro a ir a julgamento, mas também
porque pode ser o único dos casos de Trump a chegar a um júri antes da eleição.
Os outros três - casos locais e federais em Atlanta e Washington de que ele
conspirou para prejudicar as eleições presidenciais de 2020, bem como uma
acusação federal na Flórida relacionada ao acúmulo ilegal de registros da Casa
Branca - estão envolvidos em disputas judiciais e apelações./AP
Desdobramento político
Donald Trump pode ter sido condenado por
um crime e residir na Flórida, um Estado famoso por restringir o direito de
voto de pessoas com condenações criminais. Mas ele ainda poderá votar enquanto
permanecer fora da prisão em Nova York.
Isso ocorre porque a Flórida segue as regras de privação de direitos de outros
Estados para residentes condenados por crimes fora do Estado. No caso de Trump,
a lei de Nova York apenas retira o direito de voto a pessoas condenadas por
crimes quando estão encarceradas.
Assim que saem da prisão, os seus direitos são automaticamente restaurados,
mesmo que estejam em liberdade condicional, de acordo com uma lei de 2021
aprovada pela legislatura democrata do Estado.
Portanto, desde que Trump não seja preso, ele poderá votar em si mesmo na
Flórida nas eleições de novembro.
A condenação, e mesmo a prisão, não impediria Trump de continuar a sua candidatura
pela Casa Branca.
A Convenção Nacional Republicana, que terá início quatro dias após a data da
sentença, em 11 de julho, em Nova York, adotou regras no ano passado que não
incluíam quaisquer disposições específicas caso o seu candidato fosse condenado
por um crime.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Reprodução/Instagram