Diário Oficial do Estado publica a exoneração de Marco Normando, pai do prefeito Igor Normando, e interrompe ciclo de “influências externas” que incomodam o governo.
transmissão hereditária do poder é uma marca histórica na política brasileira, funcionando como mecanismo para manter privilégios e assegurar aliados. Desde Dom João VI, essa prática perpetua grupos no comando, ultrapassando ciclos eleitorais. A concentração de influência por poucas lideranças, com viés autoritário, é conhecida como “oligarquia”.
Segundo Jota Netto, diretor e pesquisador do PolitikLab, laboratório de inteligência política, oligarquia significa "governo de poucos": uma política egoísta e parasitária, focada no benefício próprio e na perpetuação do grupo. Embora alguns historiadores contestam o uso do termo no contexto atual devido à existência de eleições, Netto defende sua aplicação quando há a manutenção de um "feudo político" com “transmissão parental de poder”. Ele diferencia casos como o PSDB, que, apesar de longevo no poder no Pará, não praticava a hereditariedade, ao contrário de clãs como os Barbalho, cuja preferência familiar supera até o instinto de sobrevivência.
A eleição de Helder Barbalho em 2018 ilustra o conceito. Ele pertence a uma família com domínio longevo de mandatos, onde também se encaixam Igor Normando - primo, prefeito de Belém -, José Priante - primo, na Câmara Federal -, e Nay Barbalho - prima, na Câmara de Vereadores de Belém.
Para Netto, a escolha de Igor Normando para a prefeitura não foi por méritos, que o jovem político até possui, mas por "mero elo genético", visando o mando continuado típico das oligarquias. “O eleitor vota no sobrenome, não nas qualidades do candidato”, afiança o consultor.
Netto traça um paralelo sagaz entre as oligarquias regionais e biomas isolados. Assim como a Ilha de Madagascar se separou do supercontinente Gondwana e desenvolveu espécies endêmicas únicas - como os lêmures -, as oligarquias brasileiras se consolidaram em "ilhas políticas" regionais.
Nesses territórios, elas evoluíram como "espécies políticas endêmicas", adaptadas a ecossistemas específicos e praticamente imunes a ameaças externas. Sobrenomes como Sarney, no Maranhão, Calheiros, em Alagoas, Campos, em Pernambuco e Barbalho dominam seus territórios, criando sistemas fechados e autossustentáveis. O desconforto causado no senador amapaense David Alcolumbre pela incursão de Helder Barbalho no Estado vizinho para filiar um prefeito de Macapá ao MDB é um sintoma desse isolamento territorial.
Apesar de parecerem inexpugnáveis, essas fortalezas podem ser ameaçadas por vias prosaicas. A luz sobre uma invasão de caititus ao "território da onça" no Pará veio pelo Diário Oficial do Estado: a exoneração de Marco Normando - pai do prefeito Igor Normando - de um importante cargo na Secretaria de Saúde foi um sinal claro do Palácio do Governo de que a movimentação de espécies exógenas foi detectada.
Marco Normando, sua nora Fabíola, primeira-dama de Belém, e Lula Cabral - prefeito de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco - pai de Fabíola, movimentavam-se sorrateiramente para influenciar contratos celebrados entre a prefeitura e entes privados. A ousadia do grupo avançava pelo pedregoso terreno da política ao pressionar para que o vereador Renan Normando, irmão mais novo do prefeito, assumisse a presidência da Câmara de Belém, substituindo John Wayne, que ocupa o cargo desde a gestão passada.
A união matrimonial entre Igor Normando - do Pará - e Fabíola Cabral - de Pernambuco - trouxe como efeito colateral a chegada, em território controlado pelos Barbalho, de "outras linhas de comando, dissociadas do eixo central", como classifica uma fonte palaciana. Assim como a biodiversidade de Madagascar é resultado de seu isolamento, a força da oligarquia Barbalho foi construída em um espaço político segregado. Agora, esse ecossistema fechado, outrora livre de competição, vê-se ameaçado por uma nova espécie invasora: o poder familiar vindo de outro Estado.
O barulho dessa ruptura no status quo é tamanha que nem todos conseguirão dormir em paz.
·Durante o Encontro Estadual do PT, semana passada, os deputados Airton Faleiro (foto) e Dirceu Ten Caten apresentaram uma série de propostas de estratégias e alinhamentos do partido para ampliar o número de eleitos nas eleições de 2026.
·O PT deverá apoiar o governador Helder Barbalho para o Senado e Hana Ghassan para o governo do Estado, indicando o Ten Caten para vice.
·Advogado que precisava registrar um contrato em Maringá, no Paraná, e Belém, quase cai de costa com o preço do cartório de títulos e documentos: R$ 25 mil. No Paraná, o valor do registro é R$ 500.
·O Iasep faz desde ontem, e nos dias 20 e 27, novos mutirões de coleta de biometria, agora visando titulares e dependentes do plano, desde que tenham 8 anos ou mais.
·O atendimento é feito em apenas quatro horas nesses dias, das 8 às 12 horas, no posto da avenida Almirante Barroso, bairro de São Brás. O Instituto informa que crianças de 0 a 7 anos estão dispensadas.
·Leitor indignado protesta contra “arapucas” montadas em contas de celulares. Basta abrir a mensagem e o cliente passa a pagar planos de saúde, serviços não pedidos.
·Se multiplicado o valor por milhões de clientes, as telefônicas enriquecem sem justa causa e a Anatel precisa investigar isso.
·O presidente da Associação Rural da Pecuária do Pará, Fernando Lobato, anuncia a exposição de animais no Parque do Entroncamento, de 2 a 4 de outubro, com destaque para o torneio de cavalos manga-larga, além de atrações diversas.
·Está marcada para a primeira semana de outubro a reinauguração da Ilha do Marajó, o hotel pé na areia da cidade de Soure.
·O catamarã “Álamo”, com capacidade para quase 200 passageiros, deverá operar a rota Belém-Soure fazendo pit stop no trapiche do hotel.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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