Um campeonato com enredo épico, digno do torneio mais disputado do mundo. Quando não restavam mais dúvidas sobre o título voltar para as mãos do Botafogo após 28 anos, um declínio vertiginoso do time alvinegro colocou o Palmeiras de volta à batalha. Imponência, equilíbrio e força mental falaram mais alto e fizeram o clube alviverde erguer sua 12ª taça do Campeonato Brasileiro.
No Mineirão, nesta quarta-feira, o Palmeiras fez uma exibição típica de um time
prestes que pouco precisava fazer para soltar o grito de campeão. Endrick foi
novamente o melhor palmeirense em campo e marcou seu 11º gol neste Brasileirão.
O Cruzeiro reagiu no segundo tempo e conquistou o empate. O placar de 1 a 1 foi
resultado suficiente para as pretensões de ambos: o título alviverde e a vaga
celeste na próxima edição da Copa Sul-Americana.
Este foi o quarto bicampeonato do Palmeiras no torneio nacional (1967/67,
1972/73, 1993/94 e 2022/23). De quebra, Abel se torna o segundo treinador com
mais títulos na história do clube alviverde (nove), superando Vanderlei
Luxemburgo e ficando a um troféu de Oswaldo Brandão. O português ainda se torna
o técnico estrangeiro com mais títulos no País e o único com dois títulos do
Brasileirão.
A temporada 2023 se encerra para o Palmeiras com três troféus erguidos:
Supercopa do Brasil, Paulistão e Brasileirão. O time arrecadou por seu
desempenho nas competições do ano um total de R$ 134,5 milhões, somando valores
das disputas da Libertadores, Copa do Brasil e bônus pagos pela patrocinadora.
O jogo começou mais estudado, com as duas equipes se articulando para encontrar
brechas. Mas o Palmeiras foi quem chegou com mais perigo primeiro, em chute de
Endrick defendido por Rafael Cabral O Cruzeiro deixou a timidez de lado e
começou a criar, optando por jogadas mais centrais às costas dos volantes.
Endrick foi o nome do Palmeiras no primeiro tempo. Após concluir outras
oportunidades, finalmente viu a bola balançar as redes após ganhar um
"presente" de Lucas Silva. O jovem de 17 anos ficou cara a cara com o
goleiro cruzeirense, que ainda defendeu na primeira chance, mas o atacante não
perdoou e abriu o placar aos 21.
A vantagem no marcador permitiu ao Palmeiras relaxar e baixar suas linhas. O
Cruzeiro foi em busca do empate e deu alguns sustos em Weverton. O conjunto
celeste demonstrou agilidade e objetividade em campo. Os donos da casa
aceleravam as jogadas e trabalhavam com tabelas para fugir da marcação
palmeirense.
O apito final da etapa inaugural frustrou o Cruzeiro, que estava mais perto do
empate. O Palmeiras fez um jogo pragmático nos 45 minutos iniciais, semelhante
às partidas que sustentaram a arrancada que culminou no título. O objetivo
traçado por Abel foi cumprido, tendo Endrick como o principal atleta em campo.
Na volta do intervalo, Abel não fez alterações. A grande diferença foi na
postura do Cruzeiro, que passou a marcar com mais intensidade a saída de bola
do Palmeiras. O time celeste, no entanto, reforçou o mesmo defeito apresentado
ao longo dessa edição do Brasileirão: a enorme dificuldade em marcar gols.
O Palmeiras teve muitos problemas para se encontrar no segundo tempo. Nem mesmo
as descidas esporádicas ao ataque encontravam as mesmas condições favoráveis.
Veiga era o único com fôlego e brilhantismo. A queda de desempenho exigia uma
alteração no time alviverde. Abel fez as primeiras mexidas apenas aos 23
minutos. Endrick e Breno Lopes deram lugar a Flaco López e Artur. Mais tarde, o
português pôde promover a estreia do garoto Estevão, de 16 anos, apontado como
a nova joia palmeirense.
O jogo ficou devendo em emoção. Rafael Cabral e Weverton pouco atuaram na etapa
complementar. Os chutes arriscados passavam longe do gol. Mas a entrada de
Nikão na vaga de Lucas Silva tornou o Cruzeiro mais ofensivo. E a resposta
prática veio rapidamente. Aos 34 minutos, o meia fez o gol de empate em um
chute rasteiro em jogada desenhada por Matheus Pereira. O Palmeiras ainda
tentou se recolocar em vantagem, mas o placar não foi alterado novamente.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Instagram