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Tecnologia

Nova gasolina E30 com 30% de etanol - a “gasolina do futuro” - passa nos testes técnicos

Com mais etanol na mistura, nova gasolina E30 é aprovada e chegará neste ano às bombas de combustível do País; preço do litro pode baixar

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  • 23/03/2025, 20:00
Nova gasolina E30 com 30% de etanol - a “gasolina do futuro” - passa nos testes técnicos

Brasília, DF - O Governo Federal, por meio do ministério de Minas e Energia, divulgou esta semana os resultados dos testes com a nova gasolina E30. O ministro da pasta, Alexandre Silveira, fez o anúncio durante o evento “Combustível do Futuro: Rumo ao E30 e à Autossuficiência da Gasolina”, no Auditório Observatório Nacional da Transição Energética, na sede do ministério em Brasília.


Conforme Silveira, a adoção do E30 poderá reduzir em até R$ 0,13 o valor do litro da gasolina comum nas bombas de combustíveis. Além disso, o aumento do etanol na composição vai impulsionar a produção nacional de biocombustíveis e pode até tornar o Brasil independente da importação de gasolina.


Segundo o MME, a transição do E27 para o E30 evitará a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano. Isso representará um aumento de 1,5 bilhão de litros na demanda por etanol e um investimento estimado em R$ 9 bilhões no setor.


“O E30 é seguro para nossa frota de duas e quatro rodas. Com ele, o Brasil deixará de ser refém do mercado internacional e da volatilidade dos preços externos. O preço da gasolina será determinado pela competitividade interna, e não pelo preço de paridade de importação”, destacou o ministro Alexandre Silveira em sua participação no evento.


A adoção da nova mistura poderá reduzir em 1,7 milhão de toneladas a emissão de gases de efeito estufa por ano. O volume é equivalente à retirar 720 mil veículos das ruas anualmente.


Novidades


A gasolina E30 é uma nova fórmula do combustível fóssil com maior adição de etanol anidro na mistura. O percentual do combustível de origem vegetal vai subir dos atuais 27% para 30% da composição, o que tornará a gasolina comum mais “limpa” de emissões.


Mas, embora seja um aumento pequeno, a validação técnica era obrigatória para garantir que não haverá prejuízos aos consumidores e aos veículos. Os testes com a gasolina E30 começaram no início deste ano no laboratório de motores e veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul, SP. Lá foram testados 15 veículos de diferentes anos, incluindo modelos antigos, todos eles com motores movidos apenas a gasolina.


Uma das simulações verificou o comportamento dos motores durante a partida a frio. Segundo Renato Romio, professor e chefe do laboratório do IMT, os motores abastecidos com a gasolina E30 não apresentaram defeitos. Nem no consumo, nem na potência dos carros.


O que muda?


A novidade está nos valores definidos na Lei, que mudam: o mínimo de etanol passará a ser de 22%, e o teto, de 35%. Porém, de início, o aumento da mistura será de 30%, conforme aprovado pelo Ministério de Minas e Energia em dezembro.


Os testes de validação feitos pelo MME em colaboração com o Instituto Mauá de Tecnologia tiveram patrocínio de produtores de etanol. E foram acompanhados por entidades do setor automotivo, como Anfavea, Sindipeças, Abraciclo e Abeifa.


Com a comprovação da viabilidade técnica, o MME vai recomendar a ampliação da mistura para 30% ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda neste ano. Assim, a nova gasolina E30 poderá chegar em 2025 às bombas dos postos de abastecimento pelo País.


Isso afeta o carro?


Conforme o engenheiro Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira Engenharia Automotiva, AEA, os ensaios com a nova gasolina vão avaliar diferentes aspectos. “São três categorias: dirigibilidade, onde testam-se os efeitos no automóvel, como a partida a frio e a condução do veículo; compatibilidade de materiais, onde se mede corrosão e resposta de materiais elastoméricos, injeção e afins; e emissões“.


Dessa forma, alguns efeitos são esperados. Por exemplo, o aumento do etanol na gasolina comum resultará em uma queima mais limpa no escape. Além disso, pode afetar o consumo dos veículos. “Com a adição de 3% de etanol na mistura, o motorista pode sentir diferença na autonomia total, que pode baixar”, explica o diretor da AEA.


Gonçalves também alerta para donos de veículos importados. “Esses modelos podem levar mais tempo até estarem aptos a rodar com a nova gasolina”, pontua o diretor de combustíveis da AEA.


Foto: Divulgação

(Com O Globo)

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.