O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a redução de 0,5 ponto
porcentual da Selic, decidida ontem, 2, pelo Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central, traz um recado para os demais Poderes: a
necessidade de continuar com reformas econômicas tendo em vista o desafio
fiscal já para 2024.
"Esse é um recado para os Poderes constituídos de que nós temos de
continuar. Não é hora de baixar a guarda, é muito desafiador o ano que vem. Nós
temos um desafio fiscal importante. Esse resultado de hoje dá um alento, porque
estávamos vendo uma queda de arrecadação importante, uma desaceleração muito
forte, e eu penso que as coisas vão se enquadrar", disse há pouco o
ministro
Para ele, a harmonização das políticas fiscal e monetária é que vai
proporcionar ao País um novo ciclo de desenvolvimento. "Essa é a minha
convicção, desde que nós continuemos a aprovar a agenda que está sendo
endereçada ao Congresso, com os reparos que o Congresso faz e são absolutamente
legítimos, ou que o Executivo venha a apoiar projetos de senadores e deputados
quando são de interesse do País. Esse é o caminho", disse.
O ministro ressaltou que esses movimentos estão fortalecendo a agenda
econômica, construída coletivamente. Também ponderou que o comunicado deixou
aberto o caminho para mudança de conjuntura caso essa pauta siga avançando,
destacando que a decisão pelo corte de 0,5 p.p. teve um placar de cinco votos a
quatro, mas que a sinalização pela continuidade de cortes nesta magnitude foi
unânime.
"O comunicado é uma combinação que reflete uma visão de conjunto Começou
com 0,5 ponto, sinaliza os próximos cortes e obviamente que pode haver uma
mudança de conjuntura para melhor assim que a agenda econômica continuar
avançando. Tivemos um ganho importante. O Congresso entregou, o Poder
Judiciário entregou, o Executivo entregou e nós vamos continuar correndo atrás
dos resultados para que esses indicadores melhorem ainda mais", afirmou,
frisando que espera um cenário econômico ainda melhor daqui para frente.
O ministro disse ainda que falaria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sobre a decisão do Copom após ter feito uma leitura atenta do comunicado e uma
pequena reunião com a equipe. "Vamos passar ao presidente uma visão
correta da interpretação sobre os próximos passos. Penso que é um dia
importante", afirmou.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil